A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) recebeu na manhã desta quinta-feira (29) policiais civis de várias categorias e, mais uma vez, aposentados e pensionistas, que buscam apoio dos deputados estaduais para interlocução junto ao Governo do Estado. Indignados com a falta de valorização salarial, representantes do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS) entregaram ofício ao presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), em que destacam que não aceitam a possível proposta a ser enviada pelo Poder Executivo de incorporação de R$ 400 de auxílio alimentação à remuneração e reivindicam reajuste de 30% no subsídio, dentre outras demandas.
Na tribuna, o presidente discursou que o diálogo será pautado por meio de uma comissão que será formada ainda essa semana. “O espírito da ALEMS tem sido debater os assuntos que interessam aos servidores, aos empresários, à população de maneira geral. O trabalho dos policiais é, reconhecidamente, um dos melhores do Brasil e precisa avançar. Nós vamos solicitar que avance. Vocês têm todo apoio da presidência e da Casa, mas vamos avançar por meio do diálogo e não da imposição. Vamos subir escadas. Não aceitamos retroceder e o papel da Assembleia na democracia é fazer esse debate. Nosso compromisso é ouvir as lideranças e ir no Governo. Até lá pedimos que não haja prejuízo para a sociedade”, disse Gerson Claro se referindo à ameaça de greve dos policiais.
Renato Câmara (MDB) concordou. “A nossa Casa de Leis tem feito o trabalho de poder ouvi-los e fazer a articulação com o Governo do Estado. Contem com nosso apoio nessa discussão”, afirmou. Os deputados Roberto Hashioka (União) e Professor Rinaldo Modesto (Podemos) manifestaram apoio à reinvindicação. “Eu defendo a justiça social para diminuir a distância da base da pirâmide para com o topo da pirâmide, buscando a equalização, evitando premiar aqueles que ganham mais em detrimento àqueles que ganham menos”, ponderou Hashioka. “Faremos o apelo ao governador, que a gente acredita que vai ouvir o clamor dessa Casa. A distância é realmente muito grande. Parece que o salário está na 23ª posição da federação, sendo que o conjunto da Segurança Pública é uma das melhores. Reconhecemos o protesto de forma cívica e democrática”, destacou Rinaldo.
Da mesma forma, Pedro Kemp (PT) disse que Assembleia Legislativa é a Casa do Povo e da Cidadania e que toda manifestação é bem-vinda. “Já recebemos inúmeros movimentos sociais de vários segmentos e o papel da Assembleia Legislativa é, justamente, de intermediar junto ao Governo do Estado e autoridades vigentes para que ouçam o clamor da população. Já votamos auxílios e vantagens a salários bem maiores dos que hoje estão representados aqui e vamos levar esse pedido ao Governo do Estado”, respondeu Kemp.
ALEMS pela valorização do serviço público
Ainda no grande expediente, a deputada Gleice Jane (PT) defendeu em discurso na tribuna uma união dos servidores públicos pela valorização como um todo, das mais diversas categorias, junto ao Governo do Estado, a exemplo da luta dos aposentados e pensionistas. Com articulação da ALEMS via comissão temporária para atendê-los ( saiba mais aqui ), eles conseguiram na sessão de hoje a aprovação do Projeto de Lei 178 de 2024, que diminui a faixa de incidência da contribuição previdenciária de aposentados e de pensionistas acometidos de doença incapacitante – veja na votação da Ordem do Dia .
Segundo a deputada a valorização é um debate necessário a se travar em contrapartida da implementação de um modelo neoliberal de privatização do serviço público. “Nós da classe trabalhadora sabemos que não existe qualquer conquista sem a luta. Vamos unificar esse movimento. Quando vem gente ao Parlamento é porque o governador não tem cumprido com sua função de conversar com as categorias. E esse é um debate que precisamos travar, pois é tanta desigualdade, mas as coisas estão entrelaçadas. É preciso fortalecer com debate sério, com concurso público, com cumprimento de promessa. E isso tem reflexo lá nos aposentados, pois hoje estou na ativa, mas amanhã lá. Não estamos falando nada novo, apenas pedindo o que foi prometido, pois o discurso tem sido economizar em cima do trabalho do servidor. Isso é um modelo pregado no país inteiro e demonstro aqui minha preocupação na urgência de se repensar isso”, sugeriu Gleice Jane.
O vice-líder do Governo na Casa de Leis, Pedro Pedrossian Neto (PSD) considerou que o Executivo tem mostrado sensibilidade ao ouvir os movimentos sociais. “Junto ao diálogo estamos fazendo justiça social. É possível fazer mais? Sim. Vamos avançar mais? Sim. Os aposentados são a prova disso, vamos continuar avançando. No movimento de hoje dos policiais quero dizer do nosso sentimento de que estamos com vocês. É muito importante a gente avançar e é legítimo e digno o pedido, mas vamos construir esse diálogo. A Assembleia vai fazer a defesa de todas as categorias e esse governo é sério”, finalizou.
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